Romancista de sucesso na primeira década do século XX, crítico de costumes da alta sociedade, Théo-Filho foi também o cronista que mais escreveu sobre praias de banho no Rio de Janeiro. À frente da redação do jornal “Beira-Mar”, sediado em Copacabana, acompanhou a grande inflexão praiana ocorrida a partir da introdução dos banhos de sol. Foi autor de “Praia de Ipanema” (1927) e “Ao sol de Copacabana” (1948). Ainda que sua obra (com exceção da crônica) esteja ultrapassada, Théo-Filho tem interesse para a pesquisa historiográfica nas áreas de estudos do lazer e do corpo. Publiquei neste blogue os textos do “Intelectual da Praia” entre 2010 e 2011 e, em seguida, passei a postar imagens colhidas no semanário praiano.



sexta-feira, 22 de outubro de 2010

48. O "football" na areia

A repressão aos banhistas remetia ao problema da semi-nudez na metrópole balneária. Na defesa do liberalismo de costumes, Théo-Filho contava com o apoio do médico e escritor Afrânio Peixoto. Nesse debate, uma distinção de sexo na verdade embutia uma distinção de classe. A prática do banho de sol aproximava os banhistas sem-camisa dos descamisados da cidade.