Romancista de sucesso na primeira década do século XX, crítico de costumes da alta sociedade, Théo-Filho foi também o cronista que mais escreveu sobre praias de banho no Rio de Janeiro. À frente da redação do jornal “Beira-Mar”, sediado em Copacabana, acompanhou a grande inflexão praiana ocorrida a partir da introdução dos banhos de sol. Foi autor de “Praia de Ipanema” (1927) e “Ao sol de Copacabana” (1948). Ainda que sua obra (com exceção da crônica) esteja ultrapassada, Théo-Filho tem interesse para a pesquisa historiográfica nas áreas de estudos do lazer e do corpo. Publiquei neste blogue os textos do “Intelectual da Praia” entre 2010 e 2011 e, em seguida, passei a postar imagens colhidas no semanário praiano.



sexta-feira, 28 de janeiro de 2011

76. Confissões

As praças, os parques de diversão, o escotismo, o circo e o guignol entravam na pauta do jornal praiano dedicada à proteção da infância. Com apoio dos clubes, das escolas e de outras organizações, Beira-Mar difundia o gosto pelos esportes e pela educação física, chegando a patrocinar a realização de provas e campeonatos. Após o desaparecimento de Coelho Neto, Théo-Filho se tornou o escritor brasileiro mais identificado com a apologia da vida esportiva.

terça-feira, 25 de janeiro de 2011

75. Infância, educação, divertimento e esporte

Enquanto Copacabana crescia na preferência dos cariocas, evidenciava-se a falta de meios de transporte público adequados ao uso balneário. Para freqüentar a linda praia, os banhistas de outros bairros do Rio de Janeiro se viam obrigados a recorrer ao “taioba”, o bonde de 2ª classe, motivo de vergonha na interpretação da “aristocracia” local, representada por Beira-Mar.

sexta-feira, 21 de janeiro de 2011

74. Rumo à praia!

As obras da 3ª reforma dos postos de salvamento foram entregues em dois tempos: os Postos II e VI, em março de 1936; e os outros, um ano depois. Os postes de vigilância foram substituídos por modernas torres em concreto armado. Ainda que não atendesse em tudo à pauta de melhoramentos desejada pelos praianos, a Prefeitura preparava Copacabana para o turismo num aspecto essencial da praia: a segurança de seus freqüentadores.

terça-feira, 18 de janeiro de 2011

73. A terceira reforma dos postos de salvamento

Crescia no Rio de Janeiro o número de piscinas, em escolas, clubes e outras instituições. Em 1935, a piscina do Copacabana Palace Hotel se tornou um novo ponto de encontro mundano. Théo-Filho pensava que as piscinas, longe de competir com as praias, ajudavam a educar a população para a freqüência aos banhos de mar.

sexta-feira, 14 de janeiro de 2011

72. As piscinas e as praias

Nos Anos 30, o inferno em Copacabana, a praia paradisíaca, era, como no resto da cidade, a falta d’água. O redimensionamento demográfico carreado pela proliferação dos “arranha-céus” aumentava a demanda, produzindo, além de escassez, problemas de distribuição.

terça-feira, 11 de janeiro de 2011

71. Precioso líquido

A praia dos banhos de sol logo foi nacionalizada pelo país tropical. Ao desafiar a tradição da brancura da pele como sinal de distinção, o novo gosto pelo bronzeamento favorecia a afirmação da morenidade no debate sobre a identidade nacional, numa época em que os interlocutores se apoiavam em conceitos como os de “raça” e “eugenia”.

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

70. O bronzeamento e o prestígio das morenas

A penetração dos banhos de sol no costume carioca se expressou na mudança do discurso dos médicos, que, na década anterior, combatiam o preconceito contra a exposição solar e, agora, na metade dos Anos 30, alertavam o público para o perigo dos excessos na busca da pele bronzeada.

terça-feira, 4 de janeiro de 2011

69. O abuso dos banhos de sol

Copacabana não atraía apenas um crescente número de banhistas, visitantes e moradores. Havia empresários oportunistas que tentavam se apropriar da praia, ora por meio da obtenção de monopólios na prestação de serviços balneários, ora através da usurpação do espaço praiano com veiculação de publicidade.