Romancista de sucesso na primeira década do século XX, crítico de costumes da alta sociedade, Théo-Filho foi também o cronista que mais escreveu sobre praias de banho no Rio de Janeiro. À frente da redação do jornal “Beira-Mar”, sediado em Copacabana, acompanhou a grande inflexão praiana ocorrida a partir da introdução dos banhos de sol. Foi autor de “Praia de Ipanema” (1927) e “Ao sol de Copacabana” (1948). Ainda que sua obra (com exceção da crônica) esteja ultrapassada, Théo-Filho tem interesse para a pesquisa historiográfica nas áreas de estudos do lazer e do corpo. Publiquei neste blogue os textos do “Intelectual da Praia” entre 2010 e 2011 e, em seguida, passei a postar imagens colhidas no semanário praiano.



sexta-feira, 25 de fevereiro de 2011

84. O golpe do DIP

Incorporado ao hábito o banho de sol, a praia ajudou o Rio de Janeiro a fazer as pazes com sua condição tropical e a criar um gosto próprio pelo calor carioca, uma afinidade pelo verão, pelos “rigores da canícula”. Sob a vigência do regime solar, o “refrigério” do banho de mar ganhou um novo interesse.

terça-feira, 22 de fevereiro de 2011

83. Calor, estação carioca

Percebida como espaço de freqüentação feminino, a praia de banhos contribuía para prestigiar as mulheres e valorizar sua inserção na paisagem urbana, através da ostentação da beleza de seus corpos. Jovens, de ambos os sexos, buscavam atender a padrões de beleza moldados na educação física, num mundo em que cresciam a importância das relações afetivas e a liberdade de escolha no casamento.

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

82. Praia-Mulher

Com a introdução do costume dos banhos de sol, a tendência à diminuição dos trajes praianos, observada já na década anterior, aprofundou-se nos Anos 30. No âmbito das areias, aboliu-se a camisa masculina. A moda feminina avançou para o ousado “V-8” e o “frente-única”, até chegar ao “maillot” de duas peças. A praia carreava a inflexão dos padrões sociais de apreciação da semi-nudez.

terça-feira, 15 de fevereiro de 2011

81. Roupa de banho, costume e exposição dos corpos

O progresso de Copacabana e sua expansão demográfica vertical eram acompanhados pelo crescimento da pobreza nas favelas adjacentes – Babilônia, Cantagalo e Dois Irmãos. Os “moleques” desciam do morro, perambulavam pelo bairro “chic”, mendigavam e furtavam. Na praia, jogavam bola nos postos de salvamento, atrapalhando o banho. À noite, perturbavam o footing da Avenida Atlântica.

sexta-feira, 11 de fevereiro de 2011

80. Os indesejados

Sob a chefia do dr. Ismael Gusmão, à frente do serviço de socorros aos banhistas, foram inaugurados novos postos e introduziu-se o uso de lanchas a gasolina, em substituição às antigas canoas a remo. Na pauta de melhoramentos de Beira-Mar, restava apenas a abolição dos horários de banho, com o estabelecimento de um serviço de salvamento permanente.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

79. Posto de Salvamento Ismael Gusmão

Aumentava a demanda da cidade por suas praias oceânicas. Em 1938, o prefeito Henrique Dodsworth concluiu o Corte do Cantagalo e, no ano seguinte, uma reforma que retirou os refúgios centrais da Avenida Atlântica e da rua Copacabana, esta agora estendida até o Leme e rebatizada para Avenida Nossa Senhora de Copacabana.

sexta-feira, 4 de fevereiro de 2011

78. Copacabana e o Rio

Nos primeiros anos do Estado Novo, o jornal praiano entrava em declínio, com a perda de colaboradores e o fechamento de colunas longevas, como “Sereias e Tubarões” e “Beira-Mar em Icaraí”. À medida que atingia seu objetivo – o êxito de Copacabana – Beira-Mar perdia sua razão de ser.

terça-feira, 1 de fevereiro de 2011

77. Beira-Mar no Estado Novo

Théo-Filho, o “escritor do mar”, voltou às livrarias com Navios perdidos (1937). Um ano antes, tinham começado a aparecer, no Correio da Manhã, os primeiros capítulos de suas “Confissões”: memórias de infância-adolescência no Recife, juventude no Rio de Janeiro, vida de imprensa e viagens à Europa.