Romancista de sucesso na primeira década do século XX, crítico de costumes da alta sociedade, Théo-Filho foi também o cronista que mais escreveu sobre praias de banho no Rio de Janeiro. À frente da redação do jornal “Beira-Mar”, sediado em Copacabana, acompanhou a grande inflexão praiana ocorrida a partir da introdução dos banhos de sol. Foi autor de “Praia de Ipanema” (1927) e “Ao sol de Copacabana” (1948). Ainda que sua obra (com exceção da crônica) esteja ultrapassada, Théo-Filho tem interesse para a pesquisa historiográfica nas áreas de estudos do lazer e do corpo. Publiquei neste blogue os textos do “Intelectual da Praia” entre 2010 e 2011 e, em seguida, passei a postar imagens colhidas no semanário praiano.



sexta-feira, 3 de maio de 2013

“Turquinho”

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Para cariocas da geração de Turquinho, o banho de sol era a coisa mais natural do mundo. Desde a infância em contato com determinadas praticas sociais, as pessoas tendem a percebê-las como atitudes naturais e não se dão conta de que, longe se serem atributos biológicos, são na verdade construções históricas, perfeitamente datáveis e às vezes recentes, como o gosto pela exposição do corpo aos raios de sol nas praias de banho. A internalização do costume é capaz de produzir um processo de naturalização das orientações socialmente transmitidas. 21 de novembro de 1931, p. 5. (Acervo Fundação Biblioteca Nacional).